quinta-feira, 10 de novembro de 2016

-CONSIDERAÇÕES SOBRE A CULTURA DA BANANEIRA-

-Origem-

A maioria das cultivares de bananeira originaram-se no Sudoeste do Continente Asiático e as espécies que participaram de sua evolução foram a Musa acuminata Colla (AA) e a Musa balbisiana Colla (BB).




-Grupo Genômico-

Grupo genômico é uma expressão empregada na abordagem da nomenclatura da bananeira para designar cada combinação específica entre o número básico de cromossomos das espécies Musa acuminata (AA) e Musa balbisiana (BB).


-Condições Climáticas-

Temperatura: A temperatura ótima para o desenvolvimento normal das bananeiras comerciais situa-se em torno dos 28 °C, sendo a faixa de 15 °C a 35 °C os limites extremos para a exploração racional da cultura.

Precipitação: As maiores produções de banana estão associadas a uma precipitação total anual de 1.900 mm, bem distribuída no decorrer do ano, ou seja, sem deficiência hídrica ou sem estação seca.

Vento: O vento é outro fator climático que influencia o cultivo da bananeira, podendo causar desde pequenos danos até a destruição do bananal. Os prejuízos causados pelo vento são proporcionais à sua intensidade.
De maneira geral, a maioria das cultivares suporta ventos de até 40 km/h.

Umidade: A bananeira apresenta melhor desenvolvimento em locais com médias anuais de umidade relativa superiores a 80%. Essa condição acelera a emissão das folhas, prolonga sua longevidade, favorece a emissão da inflorescência e uniformiza a coloração dos frutos.

-Condições Edáficas-

Solo: O solo ideal para bananeira é o aluvial profundo, rico em matéria orgânica, bem drenado e com boa capacidade de retenção de água. No entanto, a bananeira pode ser cultivada em diferentes tipos de solos.

Topografia: Os terrenos planos a levemente ondulados (<8%) são os mais adequados, pois facilitam o manejo da cultura, a mecanização, as práticas culturais, a colheita e conservação do solo.

Profundidade: Apesar de a bananeira apresentar sistema radicular predominantemente superficial (62% de 0 a 30 cm), é importante que o solo seja profundo, com mais de 75 cm sem qualquer impedimento.

Aeração: A disponibilidade adequada de oxigênio é fundamental para o bom desenvolvimento do sistema radicular da bananeira. Quando há falta de oxigênio, as raízes perdem a rigidez, adquirem uma cor cinza-azulada pálida e apodrecem rapidamente.

-Adubação e Calagem-

A amostragem do solo é o primeiro passo para que os produtores saibam sobre a qualidade química e física do solo onde irão plantar. Isto permite uma melhor recomendação para o manejo do solo e dos nutrientes a serem complementados, visando uma boa produtividade das culturas (SERRAT et al., 2002).

Há alguns procedimentos de coleta de solo, para fins de adubação e calagem, que devem ser  realizados, a fim de evitar interpretação errada, que causa prejuízos muitas vezes irreparáveis aos bananicultores.

A área a ser amostrada deve ser uniforme. As características do solo que auxiliam a determinação dessa uniformidade são: 
  • Cor do solo: solos com colorações diferentes devem ser coletados separadamente;
  • Posição da área: as amostras de solo em posições diferentes na propriedade devem ser coletadas separadamente (ex.: encosta, baixadas, etc.);
  • Textura: solos argilosos devem ser separados dos arenosos. Como coletar amostras de solos; 
  • Amostra simples: é a porção coletada em diferentes pontos do terreno. Deve-se coletar um número não inferior a 20 amostras simples, para formar uma amostra composta. Para retirá-las, deve-se andar em zigue-zague no terreno, de forma que a amostra seja representativa da área. 
  • Profundidade da retirada das amostras simples: na área onde será implantado o bananal, as amostras de solo devem ser coletadas nas profundidades de 0 cm a 20 cm e de 20 cm a 40 cm. 
  • Amostra composta: é a mistura homogênea das várias amostras simples coletadas. Dessa mistura homogênea, devem ser retirados cerca de 500 g, que serão enviados ao laboratório;
A amostragem de solo deve ser feita quando o solo apresentar alguma umidade, pois, quando seco, o trabalho é mais difícil e demorado. É também importante que a amostragem seja realizada 60 dias antes do plantio, no mínimo, de modo que a aplicação e incorporação do corretivo, se for o caso, possa ser feita simultaneamente às práticas de preparo do solo.

No caso de bananais já implantados, recomenda-se que a coleta das amostras seja feita no local de aplicação dos fertilizantes, antes da próxima adubação, aguardando pelo menos 30 dias após a última aplicação. Em plantios fertirrigados, a coleta deve ser feita na faixa úmida da área (região de aplicação do fertilizante), também aguardando 30 dias da adubação. Nos bananais em produção, recomenda-se a coleta de amostras de solo 1 a 2 vezes ao ano, para que o programa de adubação seja ajustado periodicamente.


Após a amostragem, encaminhar as amostras para o laboratório, para que se faça a análise química do solo.

Com os resultados da análise química do solo determinam-se as necessidades de calagem e adubação.

CALAGEM: Aplicar calcário para elevar a saturação por bases a 60%; A bananeira desenvolve-se melhor em solos com pH entre 5,5 e 6,5.

ADUBAÇÃO: A quantidade de adubo por planta varia em função de uma meta de produtividade, dos teores de P e K do solo e do espaçamento do bananal (IAC).
  • Adubação de plantio: aplicar antes do plantio, por cova, 10 litros de esterco de curral curtido ou 2 litros de esterco de aves ou 1 litro de torta de mamona, especialmente em solos arenosos. Para uma meta de produtividade entre 20 a 50 t/ha e, dependendo do teor de P no solo (alto, médio ou baixo), aplicar 20 a 100 kg/ha de P2O5, misturados com a terra no fundo da cova ou sulco. Em solos deficientes, aplicar também 5kg/ha de Zn.
  • Adubação de formação: para a mesma meta de produtividade e dependendo dos teores de P e K no solo, aplicar 40 a 70 kg/ha de N e 30 a 120 kg/ha de K2O aos 30-40 dias após o plantio. Aos 70 a 90 dias, aplicar 20 a 100 kg/ha de P2O5, mais 90 a 180 kg/ha de N e 70 a 280 kg/ha de K2O. Aos 120-150 dias aplicar mais 60 a 100 kg/ha de N, 50 a 170 kg/ha de K2O. Utilizar adubos (fontes de N ou P) que forneçam sulfato (30 kg/ha/ano de S). Distribuir o adubo em círculos de 100cm de diâmetro ao redor das plantas.
  • Adubação de produção:as adubações anuais de N, P e K, por família de plantas, deverão ser ajustadas em função da produtividade esperada e dos teores de P e K obtidos pela análise de solo. Parcelar a adubação em três vezes (início, meio e fim da estação das chuvas) e em áreas irrigadas em seis vezes, distribuindo o adubo em uma faixa a 40cm, em semicírculo de 100cm de raio, na frente do rebento mais jovem (sentido do caminhamento do bananal). Aplicar por ano 120 a 500 kg/ha de N, 20 a 260 kg/ha de P2O5 e 130 a 730 kg/ha de K2O.
-Cultivares-


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