-CONSIDERAÇÕES SOBRE A CULTURA DA BANANEIRA-
-Origem-
A maioria das cultivares de bananeira originaram-se no
Sudoeste do Continente Asiático e as espécies que participaram de sua evolução
foram a Musa acuminata Colla (AA) e a Musa balbisiana Colla (BB).
-Grupo Genômico-
Grupo genômico é uma expressão empregada na abordagem da
nomenclatura da bananeira para designar cada combinação específica entre o
número básico de cromossomos das espécies Musa acuminata (AA) e Musa balbisiana
(BB).
-Condições Climáticas-
Temperatura: A temperatura ótima para o desenvolvimento normal das
bananeiras comerciais situa-se em torno dos 28 °C, sendo a faixa de 15 °C a 35
°C os limites extremos para a exploração racional da cultura.
Precipitação: As maiores produções de banana estão associadas a uma
precipitação total anual de 1.900 mm, bem distribuída no decorrer do ano, ou
seja, sem deficiência hídrica ou sem estação seca.
Vento: O vento é outro fator climático que influencia o cultivo da
bananeira, podendo causar desde pequenos danos até a destruição do bananal. Os
prejuízos causados pelo vento são proporcionais à sua intensidade.
De maneira geral, a maioria das cultivares suporta ventos de
até 40 km/h.
Umidade: A bananeira apresenta melhor desenvolvimento em locais com
médias anuais de umidade relativa superiores a 80%. Essa condição acelera a
emissão das folhas, prolonga sua longevidade, favorece a emissão da
inflorescência e uniformiza a coloração dos frutos.
-Condições Edáficas-
Solo: O solo ideal para bananeira é o aluvial profundo, rico em
matéria orgânica, bem drenado e com boa capacidade de retenção de água. No
entanto, a bananeira pode ser cultivada em diferentes tipos de solos.
Topografia: Os terrenos planos a levemente ondulados (<8%) são os
mais adequados, pois facilitam o manejo da cultura, a mecanização, as práticas
culturais, a colheita e conservação do solo.
Profundidade: Apesar de a bananeira apresentar sistema radicular
predominantemente superficial (62% de 0 a 30 cm), é importante que o solo seja
profundo, com mais de 75 cm sem qualquer impedimento.
Aeração: A disponibilidade adequada de oxigênio é fundamental para o
bom desenvolvimento do sistema radicular da bananeira. Quando há falta de
oxigênio, as raízes perdem a rigidez, adquirem uma cor cinza-azulada pálida e
apodrecem rapidamente.
-Adubação e Calagem-
A amostragem do solo é o primeiro passo para que os produtores saibam sobre a qualidade química e física do solo onde irão plantar. Isto permite uma melhor recomendação para o manejo do solo e dos nutrientes a serem complementados, visando uma boa produtividade das culturas (SERRAT et al., 2002).
Há alguns procedimentos de coleta de solo, para fins de
adubação e calagem, que devem ser
realizados, a fim de evitar interpretação errada, que causa prejuízos
muitas vezes irreparáveis aos bananicultores.
A área a ser amostrada deve ser uniforme. As características
do solo que auxiliam a determinação dessa uniformidade são:
- Cor do solo: solos com colorações diferentes devem ser coletados separadamente;
- Posição da área: as amostras de solo em posições diferentes na propriedade devem ser coletadas separadamente (ex.: encosta, baixadas, etc.);
- Textura: solos argilosos devem ser separados dos arenosos. Como coletar amostras de solos;
- Amostra simples: é a porção coletada em diferentes pontos do terreno. Deve-se coletar um número não inferior a 20 amostras simples, para formar uma amostra composta. Para retirá-las, deve-se andar em zigue-zague no terreno, de forma que a amostra seja representativa da área.
- Profundidade da retirada das amostras simples: na área onde será implantado o bananal, as amostras de solo devem ser coletadas nas profundidades de 0 cm a 20 cm e de 20 cm a 40 cm.
- Amostra composta: é a mistura homogênea das várias amostras simples coletadas. Dessa mistura homogênea, devem ser retirados cerca de 500 g, que serão enviados ao laboratório;
A amostragem de solo deve ser feita quando o solo apresentar
alguma umidade, pois, quando seco, o trabalho é mais difícil e demorado. É
também importante que a amostragem seja realizada 60 dias antes do plantio, no
mínimo, de modo que a aplicação e incorporação do corretivo, se for o caso,
possa ser feita simultaneamente às práticas de preparo do solo.
No caso de bananais já implantados, recomenda-se que a
coleta das amostras seja feita no local de aplicação dos fertilizantes, antes
da próxima adubação, aguardando pelo menos 30 dias após a última aplicação. Em
plantios fertirrigados, a coleta deve ser feita na faixa úmida da área (região
de aplicação do fertilizante), também aguardando 30 dias da adubação. Nos
bananais em produção, recomenda-se a coleta de amostras de solo 1 a 2 vezes ao
ano, para que o programa de adubação seja ajustado periodicamente.
Após a amostragem, encaminhar as amostras para o
laboratório, para que se faça a análise química do solo.
Com os resultados da análise química do solo determinam-se
as necessidades de calagem e adubação.
CALAGEM: Aplicar calcário para elevar a saturação por bases a 60%; A bananeira desenvolve-se melhor em solos com pH entre 5,5 e 6,5.
ADUBAÇÃO: A quantidade de adubo por planta varia em função
de uma meta de produtividade, dos teores de P e K do solo e do espaçamento do
bananal (IAC).
- Adubação de plantio: aplicar antes do plantio, por cova, 10 litros de esterco de curral curtido ou 2 litros de esterco de aves ou 1 litro de torta de mamona, especialmente em solos arenosos. Para uma meta de produtividade entre 20 a 50 t/ha e, dependendo do teor de P no solo (alto, médio ou baixo), aplicar 20 a 100 kg/ha de P2O5, misturados com a terra no fundo da cova ou sulco. Em solos deficientes, aplicar também 5kg/ha de Zn.
- Adubação de formação: para a mesma meta de produtividade e dependendo dos teores de P e K no solo, aplicar 40 a 70 kg/ha de N e 30 a 120 kg/ha de K2O aos 30-40 dias após o plantio. Aos 70 a 90 dias, aplicar 20 a 100 kg/ha de P2O5, mais 90 a 180 kg/ha de N e 70 a 280 kg/ha de K2O. Aos 120-150 dias aplicar mais 60 a 100 kg/ha de N, 50 a 170 kg/ha de K2O. Utilizar adubos (fontes de N ou P) que forneçam sulfato (30 kg/ha/ano de S). Distribuir o adubo em círculos de 100cm de diâmetro ao redor das plantas.
- Adubação de produção:as adubações anuais de N, P e K, por família de plantas, deverão ser ajustadas em função da produtividade esperada e dos teores de P e K obtidos pela análise de solo. Parcelar a adubação em três vezes (início, meio e fim da estação das chuvas) e em áreas irrigadas em seis vezes, distribuindo o adubo em uma faixa a 40cm, em semicírculo de 100cm de raio, na frente do rebento mais jovem (sentido do caminhamento do bananal). Aplicar por ano 120 a 500 kg/ha de N, 20 a 260 kg/ha de P2O5 e 130 a 730 kg/ha de K2O.
-Cultivares-
As principais cultivares de bananeira do Brasil são: Ouro (AA), Nanica (AAA), Nanicão (AAA), Grande Naine (AAA), Maçã (AAB), Prata (AAB), Mysore (AAB), Pacovan (AAB), Prata Anã (AAB), Terra (AAB). D'Angola (AAB) e Figo (AAB).